sexta-feira, 12 de julho de 2013

Palavras negras


Eram palavras negras. Acertaram-lhe violentamente no fundo da alma e ficaram por várias horas rodopiando em seu redor vergando-a de dor sempre que voltavam a atingi-la. A cada volta que davam pareciam agigantar-se e cercavam-na até fazê-la sufocar.

Sem saber como, reuniu forças e foi agarrando naquelas palavras negras. Enfiou-as, uma a uma, num saco fundo que atou com um cordel para evitar que se soltassem. Conseguiu abafá-las como só uma mãe pode fazer.


8 comentários:

  1. Olá, Luisa!
    Palavras excessivas são, por vezes, dolorosas, quer para quem as diz quer para quem as ouve.
    Abafá-las, pode não ser a solução. Mas, a sabedoria e o amor maternal podem fazer milagres.
    Abrs

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  2. Às vezes é preciso proteger os filhos dessa maneira!

    Abraço

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  3. Não sei se as enfiando num saco se conseguem abafar. A alma ouviu-as...

    Beijo

    Laura

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  4. Há palavras negras e momentos muito negros. Fica a esperança que tudo se resolva da melhor maneira...

    Beijocas!

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  5. E quando esse saco se voltar a abrir, voltaremos a falar na abertura da caixa de Pandora...

    Pobres palavras negras... (e porque é que o negro tem sempre uma conotação negativa?!)

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  6. Eu repego aparte final do comentário da Graça, porque também já me tenho interrogado sobre isso.
    Bom fds

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  7. Que lindo escrito, Luisa. Acho que vou arranjar um saco desses para abafar as palavras quando quiserem me tomar. Um abraço!

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  8. Ai... fiquei angustiada... espero que abafando resolva!

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