quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Chorei


Chorei.
Foi algo completamente incontrolável. Primeiro senti os olhos ficarem rasos de água. Depois as lágrimas começaram a rolar-me lentamente pela face. Irremediavelmente chorei.
Chorei por longos minutos sem conseguir pôr cobro à situação. Pestanejei. Funguei. Fechei até os olhos numa vã tentativa de impedir o jorro salgado que me lavava o rosto. Eu não queria… Mas, naquele instante, nada no meu ser tinha mais força.
Chorei enquanto crescia em mim uma certa raiva. E quanto mais me apressava a concluir o que tinha de ser feito mais se agudizava a situação.
Chorei.
Chorei copiosamente por longos minutos até que, finalmente, o fundo do tacho ficou coberto, sem haver mais cebola para cortar.

12 comentários:

  1. E quando as lágrimas se esgotam, resta a determinação... ou só a tristeza. Depende das situações.
    As suas lágrimas emocionaram-me!

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  2. : )
    Como evitar essa choradeira que cortar cebola provoca? Guardar as cebolas no frigorífico! : )

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  3. Malandra!! :)))
    Bjs e votos de um bom fds

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  4. Ora até que enfim que alguém me compreende...
    :)

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  5. Vigança: a cebola acabou cortada, cozinha e comida ;)

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  6. prefiro as outras lágrimas. as genuínas.

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  7. Acontece com frequência... a quem cozinha! :)

    Beijocas e não chores mais! :D

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  8. as lentes de contacto nisso são maravilhosas, zero lágrimas:)
    beijos

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  9. A par dos conselhos de teus amigos e amigas, fica uma expectativa: o que escreverás quando morrer um parente próximo ou o cachorro de estimação?!

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  10. Já estava a ficar preocupada...
    Um dia, pensei que ia conseguir evitar chorar, cortando as cebolas com óculos...mas não resultou :)

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  11. Também me acontece essa súbita emoção perante fundos de tachos...cobertos de cebola! :-))
    Texto que me criou um certo suspense!

    Abraço

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  12. Vir encostar-me à tua Esquina e ficar admirando antes de teclar, é um prazer que tenho há alguns anos, Luísa. Não esperava vir chorar contigo, mas gostei deste suspense em crescendo, até abrir um largo sorriso quando cheguei à última frase.

    Também a mim, esse globo de frescura já me fez chorar, antes da consumação final na fervente quentura dos meus tachos. :)

    Obrigada, querida Luísa.

    Beijinhos.

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